A exposição reúne esculturas de culto a divindades, rituais e mitos de países das Américas, Ásia, África e Oceania. Os utensílios contam as crenças e costumes dos século 18 e 19.
Uma escultura feita na Nova Guiné representa o espírito dos caçadores; algumas peças mostram como os povos viam os ancestrais; com milhares de conchinhas, os artistas de Camarões, na África, fizeram a escultura do rei.
A exposição também mostra o jeito de vestir e festejar destes países no início do século passado. Há muito colorido nas roupas e adereços do Sri Lanka, Tailândia, Guatemala, e um capricho de bordados dourados no tecido vermelho da saia da noiva indiana.
Manto para noivas chamado "odhani", usado na Índia
Tudo isso é parte do acervo do museu etnológico de Berlim, um dos mais importantes do mundo, que pela primeira vez é exposto na América do Sul. São 130 obras da mostra, ao lado de peças criadas hoje. “Esse diálogo entre o antigo e o moderno é certamente inédito, poucas vezes foi feito”, diz o curador da exposição, Alfons Hug.
Na arte contemporânea, a natureza ganha outra forma: para falar das cores e sons do meio-ambiente. Na rotunda do CCBB, os suíços Gerda Steiner & Jörg Lenzlinger fizeram a instalação “O sonho da planta do escritório”, na qual, a partir de uma planta viva sobre uma mesa de escritório, sai uma vasta folhagem, que alcança 30 metros de altura e 12 de largura. Entre os galhos gigantescos, estão centenas de objetos encontrados nas ruas do Rio.
Foto tirada embaixo da árvore
Para um olhar menos atento ou ainda para aqueles que têm preconceitos contra arte feita de material reciclado, tudo não passa de um amontoado de objetos. Mas basta dedicar uns minutos a mais para que o observador possa perceber a riqueza de detalhes e as delicadezas do projeto. Exatamente embaixo da grande árvore há acolchoados para que os visitantes possam se deleitar.
Detalhe do visitante deitado
Para enxergar todos os detalhes, só com bastante tempo e imaginação. “A forma como os artistas trabalharam é bem diferente. Inusitada, talvez”, avalia o estudante Odon de Carvalho, em visita à exposição.
A exposição fica em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, até o dia 4 de maio.
Fonte:
http://jornalhoje.globo.com/